Anne with an E

por Maycon Felipe dos Santos de Moraes

Romance canadense de 1908, de autoria da escritora L. M. Montgomery, Anne de Green Gables conta a história da pequena Anne. Não Ann, não Anna. Anne, com E.

A história começa com a chegada de Anne à vida dos irmãos Cuthbert (Marilla e Matthew) por um equívoco - queriam adotar um garoto, mas quem veio foi a órfã Anne. Todos os seus vizinhos, principalmente a Sra. Rachel Lynde, passam a opinar sobre a tolice dos irmãos em continuar com a garota ao invés de a trocarem por um garoto. 

De início, a sonhadora Anne é vista como criadora de confusões, impulsiva e avoada. No decorrer da leitura, no entanto, a pequena órfã de 11 anos, que até então nunca tinha tido um lar fixo ou pessoas para chamar de família, passa a cativar a todos com o seu jeito único, sua tagarelice, seu humor e sua coragem. A vida dos irmãos Cuthbert nunca mais seria a mesma.

As encrencas em que a menina se vê envolvida – como embebedar sua melhor amiga, Diana, com licor, ou acabar com os cabelos verdes após uma vã tentativa de tingi-los de preto – contribuem para o sutil humor da trama. Anne, com seus sentimentos sempre aflorados e intensos, nos mostra os pequenos prazeres da vida, como deixar a imaginação fluir, deitar-se na grama e aproveitar o sol do dia, as cores das flores e os sonhos para o futuro. 

Ao acompanhar a trajetória de Anne até seus 17 anos, sua idade ao final da primeira obra de uma série de nove livros, a história cativa cada vez mais o leitor, possibilitando identificações ao apresentar a vida em seus pequenos detalhes. Um desentendimento, um sentimento de raiva por alguém e até mesmo uma rixa. Os sentimentos da personagem principal são desvendados, ao mesmo tempo em que traz cor à vida de todos que ela toca. No final, sabemos que está tudo bem em ter sentimentos, sonhos, expectativas e desejos. O melhor da vida é sentir e se permitir sentir.

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